Rio - Cerca de 70 homens, um deles menor de idade, foram flagrados, na noite de terça-feira, trabalhando em sistema similar à escravidão numa propriedade rural no Recreio dos Bandeirantes. Os trabalhadores vieram da Paraíba e de Pernambuco há 40 dias para ganhar R$ 800 por mês como pedreiros e serventes. Trabalharam todos os dias da semana sem descanso nem material de proteção, tiveram as carteiras retidas, ainda não foram pagos e vivem em alojamento sem água potável, segurança e higiene.“Se não trabalharmos nos finais de semana não comemos. Não recebemos salário. Eu só quero voltar para casa”, desabafou um dos trabalhadores. A situação foi denunciada ao Ministério Público do Trabalho, que esteve na Fazenda Parque Recreio com agentes da Superintendência Regional do Trabalho e da Polícia Federal.
Ao chegarem ao local de trabalho, no dia 25 de outubro, o grupo descobriu que já devia R$ 300 pela viagem. A dívida só aumentava, porque tinham que pagar pela comida e hospedagem.
Segundo a procuradora Juliane Mombelli, a maioria dos operários é analfabeta e o menor, de 17 anos, quase perdeu o dedo num acidente de trabalho. “É uma surpresa infeliz esse tipo de situação dentro da cidade”, avaliou.
A propriedade está em reforma para abrir a visitantes. Ela pertence ao empresário Pasquale Mauro, dono do Hospital Rio Mar, na Barra. Seu advogado, Diogo Maia, tem até amanhã para apresentar dados dos trabalhadores. Além de pagar salários atrasados, rescisões trabalhistas e despesas com a volta dos operários para suas cidades, ele deve ser multado por infração às leis e pelas condições do alojamento, que foi interditado.
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